A infância é um período fundamental para o desenvolvimento da vida humana. É nesta fase que as crianças começam a perceber o ambiente externo, aprendem a pensar, se comunicar, sentir e viver o novo. É o momento ao qual se constrói todo o eixo para o desenrolar da saúde.
Você já deve ter se atentado ao fato de que a alimentação é um dos pilares para o bem-estar e possui um papel essencial nesse desenvolvimento, até porque é através da alimentação, e alimentação saudável, que o organismo recebe nutrientes e energia suficientes para realizar as tarefas do dia a dia, além de prevenir diversas doenças das quais o corpo está suscetível.
Mas, você sabia ou já parou para pensar que existem diversos lugares e muitas pessoas que exercem grande importância nesse processo de desenvolvimento da infância, principalmente no que diz respeito à alimentação? Se não sabia ou ainda não pensou sobre o assunto, nós te conduzimos à reflexão…
Sendo a instituição de ensino não apenas um espaço de educação, mas também de socialização e assistência, onde as crianças passam a maior parte do tempo, é ela o lugar que fornece alimento necessário que, muitas vezes, para alunos em condição de vulnerabilidade social, é a única refeição possível do dia.
Dessa forma, as profissionais da cozinha que atuam no ambiente escolar, função que, desde que mundo é mundo e hoje ainda em maioria, é exercida por mulheres, são as protagonistas na participação da educação alimentar e nutricional das crianças, sendo responsáveis pela seleção, preparo e fornecimento dos alimentos.
Para comunicar melhor sobre saúde, alimentação e especialmente sobre a importância da profissional da cozinha no processo de educação alimentar e nutricional no ambiente escolar, nossa equipe entrevistou três excelentes profissionais da Escola Municipal Padre Luigi Salvucci: Eliane Aparecida de Souza, atuante na profissão há 8 meses, Janiele Gomes Conceição, profissional há 9 anos, e Marlene Souza Passos, cozinheira no ambiente escolar há quase 40 anos.
Ao relatar suas experiências e mencionarem o gosto pela cozinha e pelo trabalho com os estudantes, salientam sobre a importância da alimentação no desenvolvimento cognitivo nessa fase: “É fundamental, até porque barriga vazia não tem rendimento né, e se a gente capricha e coloca um pouquinho de amor na comida deles fica melhor ainda”, comenta Eliane.
Destaca-se também que as predileções alimentares são definidas, majoritariamente, no início de nossa vivência, portanto a exposição das crianças à alimentação saudável e de boa qualidade, permite que elas façam escolhas mais saudáveis ao longo da vida, o que não é problema para as crianças da escola em destaque.
A fama que os legumes, verduras e frutas recebem por não aparecerem muito nos pratos das crianças não procede para as nossas entrevistadas. Elas comentam que na escola onde atuam, as hortaliças e as frutas são muito bem acolhidas pelos alunos: “eles gostam muito de arroz, feijão e carne, e salada também, tem alguns que só comem a salada”, explica Marlene, que ainda acrescenta: “Existem crianças que não comem salada né? Mas aqui eles comem, eu acho que se eles comem aqui eles devem comer em casa também”. Janiele acrescenta que os alunos adoram fruta, principalmente banana, e destaca: “tem uns que repetem até umas quatro, cinco vezes se deixar”.
É evidente que a relevância dessas profissionais no processo de educação alimentar e nutricional no ambiente escolar, não somente na alimentação dos alunos, mas na compreensão, acolhimento e socialização é imprescindível para o desenvolvimento existencial, intelectual e emocional dessa futura sociedade.
Por fim, é inegável que essas profissionais possuem não apenas a função de cozinhar, mas de participar ativamente no desenvolvimento das crianças, visto que são elas ques proporcionam uma alimentação saudável, despertando interesse e promovendo a saúde dos estudantes. As profissionais da cozinha, já tão queridas por todos os alunos, merecem também destaque, respeito, valorização e visibilidade por parte da população e, sobretudo, por parte dos governantes, para que as assegurem melhores condições no ambiente de trabalho, oportunizando melhor qualidade de vida, isto é, saúde.
Reportagem:
Larissa Xavier e Vitória Nímia
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