2ª Edição

Unila na Vila – Paula Andrea Bolaños

Novos rostos e novas cores chegam a cada ano de todos os cantos da América- Latina. 

A Universidade Federal da Integração Latino-Americana (UNILA) surgiu com o propósito de integrar o povo latino-americano e promover um intercâmbio cultural, científico e educacional entre seus povos. A universidade recebe anualmente muitos estudantes estrangeiros, que acabam encontrando residência na Vila C. Hoje vamos apresentar uma entre as mais diversas histórias de estudantes que vivem no bairro, a história da Paula Andrea Bolaños Valencia, que veio de Bogotá, capital da Colômbia. 

A estudante se mudou para o Brasil em 2020, mas com a pandemia de covid-19 retornou para o seu país de origem. Só em 2022 voltou para Foz do Iguaçu para encontrar a irmã, que ficou morando por aqui. Moradora da Vila C há um ano e cinco meses, ela conta que também divide a kitnet com o seu bichinho de estimação “Pancho”. 

Ela conta que o bairro é um lugar tranquilo e familiar, onde as crianças podem brincar nas ruas (raridade nos dias de hoje). Entre as memórias afetivas da estudante com a Vila C, está a sua relação com a comida. Uma delas é da feira gastronômica cultural, onde ela vendia arepas e empanadas com a irmã e a mãe, quando vinha visitar as filhas. A comida colombiana nem sempre era conhecida pela vizinhança, a exemplo de um dia em que um homem pediu uma empanada. “Quando fui entregar a empanada para ele, ele disse que não era aquilo que tinha pedido. Eu tive que explicar para ele que aquilo era sim uma empanada, e ele poderia aprender algo novo. Eles foram muito amáveis na hora de comprar”. A outra memória que conta com saudades é do Shawarma que vendiam a 5 reais no bairro. “Não eram tão grandes assim, mas com dois desses e um suco dava para encher o dia inteiro”.

Paula reforça que gosta muito de morar na Vila C. Mesmo precisando mudar de casa, sempre escolheu morar no bairro, e não quer ir embora. A estudante também aproveita a beleza do bairro para tirar fotos do pôr-do-sol, sempre bonitos em Foz do Iguaçu.

No bairro ela se sente segura, e conta achando engraçado o fato de que quando sai de madrugada, mesmo os bêbados são simpáticos. “A pessoa me cumprimenta, e eu cumprimento também”. O que poderia melhorar, no entanto, seria a instalação de um ponto de ônibus inteligente, como os que existem na Vila A, pois nunca se sabe quando vai ficar sem internet e não conseguir consultar a que horas o ônibus passa.

Para além de suas impressões pessoais do bairro, Paula conta que muitos estudantes buscam morar na Vila C. “Conheço muitos unileiros (termo usado para se referir aos alunos que estudam na Unila) no bairro, é até difícil contar. Quando alguém está aguardando no ponto de ônibus perto do Jardim Universitário de tarde, acaba procurando quem mora na Vila C, então todo mundo pode ir junto para casa e ter mais segurança no trajeto”.

Ela conta também sobre uma piada feita entre o grupo de unileiros que moram no bairro.  “Se encher a represa, vamos nos inundar todos juntos”. Aliás, Paula menciona que costumam ouvir um barulhinho todos os dias, às 20h da noite. Acreditam que o zumbido seja da represa, pois todos podem ouvi-lo.

Reportagem: 

Luis Ignacio Martínez Segura e José Chucuya

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