Conheça Joana D’Arc Gomes da Silva, Agente Comunitária de Saúde da UBS da Cidade Nova, profunda conhecedora da Vila e da sua gente.
Minha vinda para Foz do Iguaçu foi por conta da construção da usina. Vieram pessoas de outros estados para trabalhar aqui, de outras cidades do Paraná também. Meu pai é um desses barrageiros, ele participou na construção da usina. E nós viemos pra cá, ele veio primeiro, aí depois veioa família. Casei, separei, tenho 2 filhas.
A Vila. Em relação à estrutura do bairro, era terra. Tinha um caminhão que passava e molhava porque tinha muita poeira. Hoje o bairro anda por si só, né? A gente está crescendo em nível de comércio. A escola do município, daí tem a escola estadual também. A Itaipu ainda ajuda bastante, a UBS teve investimento da Itaipu também. A princípio ia ser no Pronto Socorro, só que foi criado e se tornou UBS que trabalha com o PSF. E aqui, falando por mim, é um bairro que eu gosto muito. Nós nos conhecemos todos. As pessoas se conhecem, têm um grau de amizade, de companheirismo.
Boas lembranças. Os meus pais tomavam café da manhã na usina, almoçavam lá e sempre traziam um lanchinho para a gente. Na época, no Dia das Crianças, a usina dava brinquedo, e a gente fazia uma fila enorme. Então tudo era motivo de festa. Foram momentos bem marcantes e maravilhosos na infância. E as festas assim eram praticamente da Itaipu, tinha festa junina, né? E daí nas escolas a gente ensaiava a quadrilha, dançava, enchia as barracas, aí tinha o Conselho Comunitário que era bem na divisória da vila, na verdade da Vila C Velha e da Vila C Nova. Então, ali no meio, o centro comunitário que dava cursos: informática, vôlei, basquete, cada um dentro da sua vocação, fazia para prática escolar, aprender a cozinhar. E nos finais de semana tinha discoteca, que hoje em dia vocês chamam de danceteria. Então nos sábados e domingos tinha essas atividades de vôlei, campeonato de vôlei, campeonato de futebol. E tinha espetáculos, espetáculos de dança. Fazia concurso para ver quem ganhava. Tinha música também pra quem tocava violão e afins. E sempre com alguma atividade de lazer nessa gente poder, além de estudar essas atividades ali dentro do Conselho.
A comida. O pessoal tinha o hábito de criar galinha nos quintais. Aí a gente via a galinha, o frango, ele demorava seis a sete meses para a gente poder comer, a gente via todo o processo dele e hoje em dia não, em questão de dois a três meses o frango já tá ali na sua mesa. Então a alimentação ficou bem deficiente. Todo mundo tinha horta, nós tínhamos horta, então a gente pegava ali da horta. No centro comunitário também Tinha horta comunitária. A gente aprendia a fazer aqui na escola Arnaldo Isidoro, no centro de convivência Arnaldo Isidoro, os meninos faziam técnicas agrícolas e as meninas aprendiam a fazer crochê, tricô a cozinhar, as práticas do lar, por isso que nós aprendíamos e podíamos levar pra casa também.
A saúde. Ali na UBS, era o antigo Madeirão. Vocês vão ouvir falar bastante do antigo Madeirão. Tinha o médico pra quem não tinha condições, aí a gente chegava e tinha toda a estrutura, médicos, enfermeiros, não tinha o agente de saúde naquela época, aí a gente chegava lá e consultava. Aí depois veio a estrutura e se derrubou aquele espaço que era de convívio e se construiu uma UBS.
Em resumo… Aqui é um bairro tranquilo, porque a gente tem tudo aqui, né? Tem escola, tem CMEI, tem Conselho. Tem muitos cursos. E a gente tem uma UBS, tem supermercado, tem farmácia. Então é um bairro bem estruturado, está praticamente todo asfaltado. Um outro local, que não é asfaltado, tem o transporte coletivo. Tudo que se faz necessário dentro do bairro. A única coisa que está faltando é melhorar o transporte coletivo e a gente não tem uma casa lotérica nem um banco.
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